quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sol interior!



Que manhã linda, chuvosa, um friozino gostoso, um dia perfeito para respirar fundo e ir fazendo tudo com calma...  O cheirinho do café saindo me convidou a ler e escrever hoje bem cedinho.   Costumo viver  emoções gostosas em dias assim, aproveito para desacelerar meu dia, e colocar meus pensamentos em dia.  É claro que tenho que cumprir uma agenda de compromissos e horários infindáveis como qualquer mulher moderna nos dias de hoje, mas com o tempo eu fui aprendendo a dar valor a coisas simples.
Mas nem sempre fui assim.  Durante muitos anos eu fui aquele tipo de pessoa que muda com o clima. 

Sou carioca, acostumada a acordar com um céu azul maravilhoso, um sol lindo, poucas nuvens no céu, e muitas cores para todos os lados.  Os jardins com flores maravilhosas, e o canto dos pássaros convidam a  a ser feliz em dias assim.  Desde a minha infância e adolescência, relacionava o clima do dia à possibilidade de ir brincar na rua, ir para a praia, nadar na piscina e quem sabe ficar conversando com os amigos nas portas das casas ou no play dos prédios.  Mas quando o tempo esfriava e caia uma chuvinha...minha vida mudava totalmente!  Meus pais acreditavam que ficaríamos doentes com a mudança de tempo e muitas vezes faziam com que nós faltássemos a aula.  Era uma neura!!!
Com isso meu cérebro ficou condicionado a entender o tempo frio e a chuva, como momentos de tristeza e reclusão.  Era só fechar o tempo que eu ia me fechando também.  Entrava em depressão só de ver um dia chuvoso.  Eu ficava mal de verdade e não conseguia de jeito nenhum sair e fazer as coisas de forma produtiva.  Meus dias eram sempre arrastados.  Tive que desprogramar meu cérebro e faze-lo entender que quem mudava realmente era eu e que o clima que mudava meu dia era coisa do passado.

Enfim, quando tive os meus filhotes, resolvi re-escrever minha história e passar para eles o que eu aprendi com o tempo: o nosso bem estar independe da temperatura.  E vamos combinar que viver bem em qualquer dia seja de sol ou chuva é quase uma obrigação de quem tem a dádiva da saúde!!!!  E em contrapartida estaria eu me reprogramando também.
Meus filhos são amantes do frio e da chuva na mesma proporção em que curtem um belo dia de sol! Meu marido ama viajar em qualquer estação, e eu como já havia falado, curto cada segundo dessa benção que é viver!

Aproveitem todas as estações do ano,  porque são as mudanças na vida da gente que podem alterar nosso humor e não o clima e a temperatura do dia.

Tenham um dia maravilhoso!!
Mil bjs da amiga TT.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Culpa ZERO!



Texto na Revista do Jornal O Globo 
Martha Medeiros - Jornalista e escritora


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação! 

E, entre uma coisa e outra, leio livros. 

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.  Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres:
Primeiro: a dizer NÃO. 
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. 
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. 
Pois inclua na sua lista a Culpa ZERO!

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.. 
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. 
Você não é Nossa Senhora. 
Você é, humildemente, uma mulher. 

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.  Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. 
Tempo para fazer nada. 
Tempo para fazer tudo. 
Tempo para dançar sozinha na sala. 
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. 
Tempo para sumir dois dias com seu amor. 
Três dias.. 
Cinco dias! 
Tempo para uma massagem.. 
Tempo para ver a novela. 
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. 
Tempo para fazer um trabalho voluntário. 
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. 
Tempo para conhecer outras pessoas. 
Voltar a estudar. 
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. 
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. 

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. 
Existir, a que será que se destina? 
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. 
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. 
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. 

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! 

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. 

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.’’


 PARA TODAS AS MULHERES MARAVILHOSAS QUE TRABALHAM, QUE BATALHAM, QUE LUTAM PARA SER FELIZ!



Mil beijos da amiga,
TT.